- Área: 400 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Ilia Ivanov
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este pavilhão faz parte do projeto “Flat a Céu Aberto” organizado pelo PIK Group – um dos principais agentes imobiliários da Rússia – para o festival de música Picnic “Afisha”. Estruturas pop-up que simbolizavam cômodos de um apartamento abstrato foram montadas em diferentes áreas do parque Kolomenskoye, onde o festival acontece desde 2007.
O objeto é uma reinterpretação de uma sala de estar, que é um espaço comum de comunicação e atividade em qualquer apartamento. Não por acaso foi posicionado em uma das áreas mais populosas do festival, entre a praça de alimentação e o palco principal de música. Esta localização específica implicava que o pavilhão fosse um objeto de arte, além de ter uma finalidade prática clara.
Com suas paredes semitransparentes construídas com tubos de plástico coloridos, o pavilhão realmente se destacou em relação ao entorno. A parte interna deste foi dividida em vários compartimentos. Cada um deles tem uma estrutura separada e individual, que determinam juntos uma precisa forma retangular preenchida com um grid irregular de estrutura metálica branca e tubos de plástico. As seções deliberadamente irregulares criam uma composição dinâmica e expressiva que traz uma pequena ondulação para essa forma aparentemente austera. Situado em um gramado verde brilhante, o pavilhão da sala de estar multi-colorida parece resultado de uma manipulação de imagem com efeito glitch, que apareceu de repente em uma paisagem criada por um computador.
Além de seu desenho notável, o pavilhão também foi concebido para ser uma área funcional para relaxamento. Poltronas confortáveis e espreguiçadeiras para os frequentadores do festival foram instaladas em todas as seções. Estas peças de mobiliário foram mescladas com mesas de apoio e luminárias, gerando componentes leves. A transparência do Pavilhão permitiu que os visitantes vissem o que estava acontecendo nas outras áreas do festival e que até assistissem ao show no palco principal sem sair do espaço.
Apesar de ser uma sala de estar, o edifício é mais uma mansão de um andar que lembra clássicos clássicos do século 1920, como a Villa Savoye e a Casa Farnsworth. Sua mobília também é inspirada nos desenhos icônicos de Marcel Breuer e Le Corbusier. Embora altamente influenciado por uma arquitetura modernista, o pavilhão oferece suas próprias perspectivas sobre as mansões privadas de estilo internacional.
A extrema transparência deste pavilhão é diferente daquela encontrada na Casa de Vidro de Philip Johnson ou na já mencionada Casa Farnsworth de Mies van der Rohe. Seu vazio é um vazio de um prisma claro que espera que um raio de luz se transforme em arco-íris. Essa impressão ambivalente é amplificada por uma grid irregular que simboliza o resultado da desconstrução total do edifício, bem como um layout de um edifício que ainda não foi construído. Uma estrutura oscilante e sempre em evolução se relaciona com os trabalhos dos grupos de arquitetura conceitual dos anos 1960, como Archigram e Superstudio – ambos usavam o grid em seus projetos utópicos, considerando-o um jogo de tabuleiro interminável para seus experimentos. Poucas décadas depois, o grid foi imortalizado no clichê de ficção científica do “ciberespaço”. Usar sua versão desconstruída neste pavilhão contemporâneo, mas ainda retro-futurista, é uma solução inteligente e elegante.